https://pt.quora.com/Por-que-D-Maria-I-era-conhecida-como-a-Louca
Ed Vieira, Residência: Brasil (2014-até o momento)
Porque, literalmente, ela enlouqueceu.
Embora é um cognome um pouco injusto pois a partir do momento que "surtou" ela não mais governou, então na prática não houve rainha louca (só em título).
Em 1791/92, quando tinha 57 ou 58 anos, começou a mostrar sintomas de doença mental grave, dos quais nunca mais recuperou. Durante toda a vida ela foi uma pessoa, no dizer na época, melancólica, de natureza contemplativa e delicada, o que parece indicar um fundo propenso à depressão.
Certamente alguns fatores externos contribuíram para agravar a doença mental de que sofria: a morte do marido, e de dois dos seus filhos adultos, com pouco espaço de antecendência em 1786/88 terá sido uma delas. Outro fator foi a complexificação abrupta da politica externa e o choque que foi a revolução francesa em 1789 e o choque que foi a notícia da prisão dos reis de França em 1791. A pressão era muita! Igualmente, a reabilitação dos perseguidos por Pombal foi outro fator - a Rainha sempre oscilou entre a reabilitação e a condenação das politicas de Pombal, e o respeito pela memória do pai o rei D.José que tinha ordenado essas politicas. Ela era extremamente devota e sofria horrores ao achar que o pai estaria no inferno devido às ações que ordenou.
Enfim, por estes e por outros motivos, em Janeiro de 1792, o quadro a que hoje chamariámos de depressivo, associado a sintomas físicos agravou de tal modo que a rainha deixou de ser capaz de governar. Os tratamentos medicos da epoca não eram capaz de minorar os sintomas a possivelmente até os agravaram. Passou a sofrer variações bruscas de humor passando por estados de excitação exarcebada. Talvez fosse esquizofrênica.
Nunca mais recuperou ou foi capaz de governar. Foi a primeira rainha europeia a pisar a Américas em 1808, e morreu no Rio de Janeiro em 1816.
Há uma estória curiosa relacionada a D.Maria na sua loucura. Quando a família real embarcava, em Lisboa para o Brasil, no pânico, desordem e caos da fuga, ela teria sido a única pessoa calma e com compostura,tendo pedido a quem dirigia a carruagem onde ia: "Ide mais devagar senão ainda podem pensar que estamos fugindo".
Um último momento lúcido de ironia perspicaz, ou a ingenuidade da loucura a falar?
Quem sabe…